"Gostaríamos
de formular uma palavra de esperança aos pais cujos filhos voltaram
ao mundo espiritual precocemente. Conhecemos de perto a dor que os
assinala, porque nós mesmos também já passamos pela mesma
experiência em nossa pretérita encarnação, e sabemos o quanto a
separação imprevisível atordoa o nosso coração.
Mesmo
assim, pedimos aos genitores que consolem o seu coração na
sabedoria de Deus, Pai de todos nós, que permitiu o regresso de
nossos filhinhos ao mundo espiritual por necessidades evolutivas
inadiáveis, necessidades essas que, por ora, não conseguimos
aquilatar, mas que são absolutamente necessárias aos planos de
progresso e felicidade que Deus preparou a eles, como também prepara
a todos nós.
E
quem disse, queridos paizinhos, que o retorno ao Mundo Espiritual se
constitui num castigo para quem parte? Nas moradas celestiais o amor
é mais puro, a felicidade é mais completa, a beleza é tão
harmoniosa, e o espírito reencontra seres que também o amam com o
mesmo devotamento dos genitores terrenos.
Sabemos
que a prova de separação é bem forte para os pais, no entanto é
preciso que em tudo coloquemos o amor em primeiro lugar. Se pensarmos
com amor, verificaremos que nossos filhos estão em melhor situação
na nova vida, e isso fará com que a nossa tristeza ceda lugar à
certeza de que o ser amado está mais feliz onde se encontra, o que
se constituirá para nós em júbilos de alegria e paz. O que mais
deve interessar aos pais não será tanto que os filhos estejam
eternamente aos seu lado, mas que se encontrem bem e felizes onde
quer que estejam.
Somente
na aceitação da experiência e na estrita confiança nos desígnios
divinos é que os pais encontrarão forças de paz e consolo, pois
saberão que os filhos não estão mortos, e que, embora
fisicamente distante, continuam nos querendo bem pelos laços
invisíveis e inquebrantáveis do amor."