15 julho 2016

Paz no Lar

Naquela noite, Simão Pedro tinha o coração amargurado e entristecido. Aborrecera-se com parentes rudes e de difícil trato. O velho tio o acusara de dilapidar os bens da família e um primo o ameaçara esbofetear. Guardava, por isso, o semblante carregado e austero. Ele procurou o Mestre e desabafou. Ao término do longo relato, o Mestre indagou:
E que fizeste, Simão, ante a conduta de teus familiares incompreensivos?
Reagi como devia. Coloquei cada um no seu lugar, anunciando em alto e bom tom as más qualidades de que são portadores. Meu tio é raro exemplar de sovinice e meu primo é mentiroso contumaz. Provei, perante numerosa assistência, que ambos são hipócritas, e não me arrependo do que fiz. – Disse Pedro, de forma veemente.
O Mestre refletiu por longos minutos e falou calmamente:
Pedro, o que faz um carpinteiro na construção de uma casa?
Trabalha, naturalmente. – Respondeu o discípulo irritadiço.
– Com o quê? – Tornou a perguntar o Celeste Amigo.
Usando ferramentas. – Disse Pedro, sem entender aonde o Mestre pretendia chegar.
Após um breve momento de silêncio, Jesus continuou:
As pessoas com as quais vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do reino do céu em nós mesmos. Os parentes difíceis, na maioria das vezes, são o martelo ou o serrote que podemos utilizar a benefício da nossa reforma íntima. Em todas as ocasiões, o ignorante representa para nós um campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que nos põe a bondade à prova; o ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à nossa capacidade de socorrer.
Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os olhos cheios de questionamentos, acrescentou serenamente:
– Se não ajudamos ao necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos distantes? Se não amamos o irmão que respira conosco os mesmos ares, como nos consagraremos a Deus que está no céu?
Depois dessas perguntas, pairou na modesta sala um expressivo silêncio que ninguém ousou interromper.
* REFLEXÃO *
A família constitui o núcleo mais notável de aprendizagem nas atividades de renovação espiritual.
Busquemos não agredir com palavras agressivas ou com silêncios gelados aqueles que estão à nossa volta na luta doméstica.
Aprendamos a dialogar para solucionar problemas, conversando equilibradamente.
Não cobremos afeição dos amores, nem reclamemos consideração que, talvez, ainda não tenhamos feito, nem estejamos fazendo nada por merecer.
Agradeçamos mesmo as mínimas coisas, sendo gentis e alegres, sem hipocrisia.
Trabalhando com discernimento, burilando nossas próprias imperfeições, alcançaremos, pouco a pouco, a paz no lar, que há de nos propiciar, por consequência, alegria e renovação em nossa caminhada.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap. 6, do livro Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no cap. 4, do livro Vereda familiar,
pelo Espírito Tereza de Brito, psicografia de José Raul Teixeira, ed. FRÁTER.
Em 6.1.2015.

12 julho 2016

A Arte da Prosperidade: Trabalhar - Hélio Couto


Pode parecer o óbvio ululante falar que é preciso trabalhar para ser próspero. Mas, a questão é mais profunda do que parece.
Não basta trabalhar num emprego ou negócio. É preciso trabalhar no plano B, C, etc. É preciso ter duas ou três carreiras diferentes. Estudar o tempo todo, criando novos produtos e serviços. Fazer coisas originais e inovadoras. Investir na própria educação. Não ter busca de aprovação. Ajudar aos demais no limite das próprias forças e recursos.
Não se pode depender de nada nem de ninguém. Nem de instituições ou de um emprego ou de um tipo de negócio ou serviço. É preciso diversificar o tempo todo.
O fundamento da prosperidade é soltar. Total desapego dos resultados. Somente assim os resultados virão. Mas, isso não pode ser política, nem técnica, nem tática, etc. Ou a pessoa sente o soltar ou não sente. E é o sentimento de soltar que faz o universo funcionar. Sempre em qualquer lugar ou dimensão. Desapego é o segredo dos segredos.
Juntamente com isso vem o modo de vida frugal. Viver de forma simples, com poucos custos, gastando somente o indispensável, poupando o máximo, em suma uma vida simples. Este é o segredo da prosperidade. Nunca fazer dívidas. Criar um capital para ser independente. Passo a passo, dia a dia, mês a mês, ano a ano.
Importa alguma coisa se estamos num tipo de sistema econômico ou outro? Não importa. Prosperidade não tem nada a ver com teorias econômicas. Mesmo em qualquer sistema baseado em Adam Smith (competição), se a pessoa fizer como descrito acima ela prosperará. Mesmo na Suméria, seis mil anos atrás, se a pessoa viver desta forma ela prosperará. Um dia viveremos num planeta de cooperação como John Nash provou que é possível. Até lá é irrelevante onde estamos. Em qualquer planeta do universo fazer como descrito acima é sucesso garantido. 
O que está explicado aqui é extremamente libertador porque não depende do entorno, nem de outras variáveis, locais, épocas, sistemas, etc. Não depende de nada. Haverá prosperidade em todas as áreas se a filosofia de vida for como a descrita acima. Se a pessoa for como descrita acima ela terá apego à prosperidade? Não terá. E é por isso que prosperará. É por isso que é a Arte da Prosperidade.
Helio Couto