25 agosto 2015

A busca do ego pela plenitude - Eckhart Tolle

Um outro aspecto do sofrimento emocional é uma profunda sensação de falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. Em algumas pessoas isso é consciente, em outras, não. Quando está consciente, a pessoa tem uma sensação inquietante de que não é respeitada ou boa o bastante. Na forma inconsciente, essa sensação se manifesta indiretamente como um anseio, uma necessidade ou uma carência intensa. Em ambos os casos, as pessoas podem acabar buscando compulsivamente uma forma de gratificar o ego e preencher o buraco que sentem por dentro. Assim, empenham-se em possuir propriedades, dinheiro, sucesso, poder, reconhecimento ou um relacionamento especial, para se sentirem melhor e mais completas. Porém, mesmo quando conseguem todas essas coisas, percebem que o buraco ainda está ali e não tem fundo. As pessoas vêem, então, que estão realmente em apuros, porque não podem mais se enganar. Na verdade, elas continuam tentando agir como antes, mas isso se torna cada vez mais difícil.
Enquanto o ego dirige a nossa vida, não conseguimos nos sentir à vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você.
Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio? Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte se aproximar. Morte significa um despojar-se de tudo o que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte.

06 agosto 2015

Encontros Espirituais - Léon Tolstoi(Yvonne do Amaral)

Léon Tolstoi, o escritor russo, teve oportunidade de, depois de sua morte, escrever através da mediunidade de Ivone do Amaral Pereira.
Em uma de suas obras assim psicografadas, ele narra que, quando ainda vivendo na Terra, tivera um amigo de nome Boris.
Eram muito afeiçoados e apreciavam ficar horas discutindo questões de filosofia.
Boris, contudo, morreu jovem, na flor dos vinte anos. Tolstoi sentiu muito a morte do amigo.
E fosse porque muito pensasse nele ou porque, de alguma forma, desejasse ter dele notícias, lhe ocorria sonhar com ele repetidas vezes.
Via-o jovial e alegre. Sempre a conversar sobre as questões do Evangelho. Embora ao acordar não conseguisse recordar a totalidade do diálogo, lembrava de alguns trechos do sonho.
Contudo, as peripécias da vida, as preocupações que se foram somando, fizeram com que muitas tribulações cercassem Tolstoi. Até ele não mais sonhar com o amigo.
Sessenta e dois anos se passaram. Tolstoi também partiu para a verdadeira pátria e teve oportunidade de reencontrar Boris.
A primeira coisa que reparou é que ele, recém saído da carne para a Espiritualidade se apresentava como um homem velho, na casa dos oitenta, enquanto o amigo estava jovem, no verdor dos vinte anos.
Quanta saudade, falou-lhe Tolstoi. Há quanto tempo não nos víamos.
Engano seu, disse Boris. Sempre nos encontramos. Você, somente pelas tantas dificuldades que o cercavam na carne, não conseguia guardar as lembranças.
Mas eu aqui estou para, especialmente, lhe agradecer pelas tantas preces que me endereçou.
Toda vez que pensava em mim com amor e saudade, um jato de luz se desprendia do seu coração e do seu cérebro e vinha em minha direção.
Era como uma irradiação de forças poderosas que me ajudava a caminhar para Deus.
Não importava onde eu me encontrasse, eu ouvia como que me chamarem, prestava atenção, e parecia reconhecer a sua voz. Isto é, a sua vibração que parecia sua voz. Ouvia o que me dizia, comovia-me e chorava de alegria.
Às vezes, junto com sua voz eu passava a enxergar a sua imagem refletida no longo jato luminoso que de você se desprendia, embora nem eu nem você saíssemos do local onde estivéssemos.
Foi assim que, ao longo desses anos, eu vi, ouvi, compreendi os seus pensamentos.
Tolstoi diz que sentiu muito reconforto com as informações do amigo. E passou a meditar no alto valor da prece, realizada com desprendimento e amor.
Prece que tem o poder de alargar o círculo afetivo entre os homens e os Espíritos e também alimentar os elos afetivos entre eles.
Diz, ele finalmente, que se os homens soubessem verdadeiramente o que é orar, se compreendessem o enorme poder da oração, do que é capaz o pensamento em prece, os homens não teriam tantas razões para chorarem os seus mortos, se desesperando ante os túmulos silenciosos!
Se você perdeu afetos, não os magoe com o seu desespero. Ore intensamente. Recorde os momentos de alegria, de felicidade juntos vividos.
Transmita a eles a sua saudade, como um ramalhete de flores de delicado perfume para que eles, onde estejam, como estejam, o recebam, como demonstração de que os que ficaram na Terra ainda e sempre os amam. Neles pensam com carinho e doce saudade.