É
possível ao médium distinguir as alterações psíquicas e
orgânicas que lhe são próprias das que estão procedendo dos
espíritos desencarnados?
Divaldo
- Um dos comportamentos iniciais do médium deve ser o de estudar-se.
Daí ser necessário estudar a mediunidade.
Eu,
por exemplo, quando comecei o exercício da mediunidade, ia a uma
festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me
tornava a pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava
mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro ficava mais choroso que a
viúva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil
saber como era a minha personalidade. Pois, de acordo com o local,
havia como que um mimetismo, isto é, eu assimilava o efeito do
ambiente.
Lentamente,
estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e
comportamentos, logrei traçar o meu perfil pessoal, e estabelecer
uma conduta medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu
sou, e daí possam avaliar os meus estados mediúnicos.
De
início, o médium terá algumas dificuldades, porque o fenômeno
produz uma interposição de personalidades estranhas a sua própria
personalidade. Somando-se velhas dificuldades à sensibilidade
mediúnica, o sensitivo passa a ter muito aguçadas as reminiscências
das vidas pretéritas, não o caráter da consciência, mas o
somatório das experiências.
Recordo-me
que, em determinada época da minha vida, terminada uma palestra ou
reunião mediúnica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar.
Caminhar até a exaustão física. Naquele período claro-escuro da
mediunidade, sem saber exatamente como encontrar a paz, os espíritos
me receitaram trabalho físico, para que, cansado, fosse obrigado ao
repouso físico, porque tinha dificuldades de dormir. A vida física
era-me muito ativa e, mesmo quando o corpo caía no colapso, a mente
continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do que
havia deitado. Então, às vezes, eu preferia não deitar.
Com
o tempo fui formando meu perfil de comportamento, de personalidade,
aprendendo a assumir a responsabilidade dos insucessos e a transferir
para os Mentores os resultados das ações positivas que são sempre
de Deus, enquanto os erros são sempre nossos.
Estaremos
sempre em sintonia com espíritos de comportamento idêntico ao
nosso. Daí, o médium vai medindo as suas reações, suas mágoas,
ciúmes, invejas, e irá identificando as reações positivas, a
beleza, o desejo de servir. Por fim, aprende a selecionar quando é
ele e quando são os espíritos que estão agindo por seu intermédio.
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