O
homem é um ser muito complexo. Somatório das suas
experiências passadas tem, no inconsciente, um completo
arquivo da raça, da cultura, das tradições que lhe influem no
comportamento.
Por
outro lado, a educação, os hábitos, os fenômenos
psicológicos e fisiológicos estão a alterá-lo a cada
momento.
Do
acúmulo destes valores resultam-lhe as aspirações, as
tendências e anseios, seus conflitos, ansiedades e realizações.
O
inconsciente, como efeito, está sempre a ditar-lhe o que fazer e
o que a realizar, inclinando-o numa ou noutra direção.
Todavia, o mecanismo essencial da Vida impulsiona-o para o
progresso, para a evolução, mediante os programas de
autoburilamento, de orientação, de trabalho...
O
resultado natural deste processo é uma mente confusa,
buscando claridade; são problemas psicológicos, aguardando solução.
Torna-se-lhe
imperiosa a adoção de propósitos para saber o motivo da
confusão mental e entender os problemas, antes que tentar
solucioná-los superficialmente, deixando em aberto novas
dificuldades deles decorrentes.
A
solução de agora pode satisfazê-lo por momentos, porém
se não são entendidos, eles retornam por outro processo,
permanecendo na condição de conflitos a resolver.
Para
que se mantenha o propósito de entendimento de si mesmo e da Vida,
faz-se necessário um percebimento integral de cada fato,
sem julgamento, sem compaixão, sem acusação.
Examiná-lo
com imparcialidade, na sua condição de fato que é, com
uma mente inocente, sem passado, sem futuro, apenas presente,
mediante uma honesta compreensão, é a forma segura de o
entender, portanto, de o perceber e digeri-lo
convenientemente, sem dar margem a novos comprometimentos. Sem
tal experiência se está tentando burlar a mente, qual se deseje
saber por palavras o que se passa em algum lugar, sem interesse de
ir-se lá, de conhecer-se pessoalmente.
Esta
é uma conduta de quem somente busca informação sem interesse pelo
conhecimento real, desde que se nega ao esforço do
deslocamento até o lugar em pauta.
O
entendimento de si mesmo, a fim de encontrar as raízes dos
problemas, para extirpá-los, exige uma energia permanente,
um propósito perseverante, mantidos com inteireza moral e
psicológica. Em caso contrário, desejam-se apenas, informações
verbais, sem mais profundas conseqüências.
Todos
os problemas existentes no homem, dele mesmo procedem, das suas
complexidades, da dominação do seu ego.
Normalmente,
em razão do próprio passado, as tentativas de manter os
propósitos de autoconhecimento, sem acumulação de dados
especulativos, mas de real identificação de si mesmo, redundam em
insucesso pela falta de perseverança, pelo desânimo diante das
dificuldades do começo da empresa e pelo desinteresse de libertar-se
dos conflitos.
O
homem se queixa que o autoconhecimento exige despesa de energia face
ao desgaste que o esforço provoca. Talvez não seja necessária uma
luta como a que se trava em outras atividades. A manutenção
dos conflitos produz muito mais consumpção de forças. Basta
uma atitude de desvalorização dos problemas, como quem deixa
cair um fardo simplesmente, ao invés de empenhar-se por atirá-lo
fora.
A
manutenção dos propósitos de renovação e de
auto-aprimoramento é resultado de uma aceitação normal e
de todo momento, da necessidade de autodescobrir-se,
morrendo para as constrições e ansiedades, os medos e rotinas do
cotidiano. Desta ação consciente, de que se impregna, o
homem se plenifica interiormente, sem neurose ou outros quaisquer
fenômenos psicóticos, perturbadores da personalidade e da vida.
Extraído do Livro "O Homem Integral", através da mediunidade de Divaldo Franco.
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