Por certo, de maneira inconsciente, incontáveis
indivíduos se crêem merecedores de tudo. Supõem que até o Sol brilha porque
eles existem, a fim de facultar-lhes claridade, calor e vida.
Fecham-se nos valores que se atribuem possuir e,
quando defrontam a realidade, amarguram-se ou rebelam-se, partindo para a
agressividade ou a depressão.
Não assumem responsabilidades, nem cumprem com os
deveres que lhes cabem.
Às vezes comprometem-se, para logo abandonarem a
empresa acusando os outros, sentindo-se injustiçados.
São exigentes com a conduta alheia e benevolentes
com os próprios erros.
Sempre estremunhados, tornam-se pesado fardo na
economia social, criando situações desagradáveis.
Fáceis e gentis quando favorecidos, tornam-se
rudes e ingratos, se não considerados como acreditam merecer.
Afáveis no êxito, apresentam-se agressivos no
esforço.
Olvidam-se de que a vida é um desafio à coragem,
ao valor moral e que todos temos deveres impostergáveis para com ela, para com
nós mesmos e para com os nossos irmãos terrestres.
Ninguém tem o direito de fruir sem trabalhar,
explorando o esforço de outrem.
O prêmio é a honra que se concede ao triunfador
que se empenhou por consegui-lo.
Palmo a palmo, o viajante ganha o terreno que
percorre, fitando com desassombro a linha de chegada.
O dever de cada um o conduz na empreitada da
evolução.
Esse esforço resulta da conquista moral que a
consciência se permite, em plena sintonia com o equilíbrio cósmico.
Ser útil em toda e qualquer circunstância,
favorecer o progresso, viver com dignidade, são algumas expressões do dever diante da vida.
*
Em inolvidável parábola, Jesus delineou o comportamento
do homem que se esforça e merece respeito, demonstrando-lhe a fragilidade e, ao
mesmo tempo, o desejo de renovação.
Mateus recorda que “havia um homem que tinha dois
filhos. “
Falou ao primeiro: “Filho, vai hoje trabalhar na
vinha”, ao que ele respondeu: “Sim, senhor”; porém, refletindo, mais tarde,
resolveu não ir. Ao segundo filho fez a mesma proposta e ele disse: “Não
quero”. Todavia, arrependido, foi. “– Qual dos dois atendeu a vontade do pai?”,
pergunta o Mestre. E os interrogantes responderam a Jesus: “O segundo”.
Defrontamos, nessa experiência, a ação e a
promessa, o fato e a intenção.
A ação deve predominar porque é resultante do
dever. Para ela não se tornam necessárias palavras melífluas ou confortadoras,
mas sim a decisão para realizá-la corretamente.
Jesus sempre propõe o dever, a ação; bem
entender, a fim de melhor atuar.
Ele não induz ninguém à alienação da realidade
objetiva do mundo. Ele estabelece uma escala de valores que devem ser
respeitados, merecendo primazia os mais relevantes, que se tornam a pauta de
conquistas do homem de bem, que cumpre com o seu dever.
Diante dEle, estagnação é morte e esta é crime
cometido contra o “reino de Deus” que está dentro do próprio homem,
necessitando de ser conquistado.
Todas as parábolas que Ele nos ofereceu estão
plenas de ação, sem impositivos externos, antes como resultado de espontânea
lucidez da consciência desperta.
*
Nunca prometas realizar o que não pretendes
fazer.
Jamais permaneças inoperante em um lugar já conquistado.
Identifica as possibilidades aí vigentes e segue
adiante.
O dever que te impõe renúncia e sacrifício também
te alça à harmonia, liberando-te dos conflitos e das dúvidas.
Não cesses de crescer interiormente. A
insatisfação com o que já lograste sem rebeldia será a tua motivação para
conquistas mais expressivas.
És servidor do mundo.
Jesus, que se originara nas estrelas, afirmou ser
o servo de todos e assim se fez, para que “tivéssemos vida e esta em
abundância”.
Texto extraído do livro JESUS E ATUALIDADE, do Espírito Joanna de Ângelis pelo médium Divaldo Franco
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