Quando se inaugurou a razão no homem, este
começou a dominar uma força poderosa. Primeiro, na sua inconsciência; depois,
certificou-se de que a imaginação lhe emprestava uma grandiosidade ilimitada na
face da Terra e além das fronteiras deste mundo. O início das projeções mentais
era desordenado, sem que o aparelho da mente pudesse obedecer à lâmpada
interior que acendia e apagava, como que pedindo socorro no florescer de uma
vida nova. Milhares de anos se passaram e esse impulso, de dentro para fora,
tomou sequência, de modo a se organizar e a se expandir, pelas forças dos
sentimentos.
Eis as linhas do pensamento, na sua propiciadora
evolução, a maior força no tempo e junto ao tempo, que a alma domina e projeta
em todas as direções, que o espírito superior usa na construção da felicidade,
na edificação do amor e na difusão da verdade. E a alma inferior se apodera
dele, fazendo guerras, matando, destruindo e ateando calamidades por onde
transita.
Todos nós, que viajamos na Terra, pertencemos à
escola do Cristo, que objetiva, em todos os seus programas, a educação da
mente. O Evangelho constitui normas para que os nossos pensamentos sejam
disciplinados, fortalecidos, no sentido de atingir a plenitude dos santos e a
tranquilidade dos místicos. O que chamais de decadência doutrinária e moral da
humanidade, nada mais é do que curva evolutiva assinaladora dos fins dos
tempos, em que vigora a ignorância. Na verdade, nada decai.
O progresso é lei suprema estatuída por mãos
infalíveis. A aparência de colapso no Cristianismo, no tocante à mutilação dos
seus mais profundos ensinamentos, depois do segundo milênio da sua expansão
profética e profícua, não foi maldade dos homens, e sim, ignorância, filha da
imaturidade. Tudo isso foi antevisto pelo Divino Senhor, quando assegurou que
enviaria outro Consolador para que ficasse eternamente conosco - O Espírito da
Verdade - propiciando-nos o consolo, a assistência, a caridade, nos
encaminhando como se fôssemos crianças, sem a visão necessária para a viagem
evolutiva.
Foi depois de Jesus Cristo que a razão tomou
dimensões inigualáveis. O espírito imortal começou a usar a poderosa força da
mente na cocriação, e as escolas iniciáticas abriram as portas, por não se
sentirem suficientes na igualdade com o Mestre, que falava à coletividade sem o
entrave das escolas, de partidos e de castas, usando a natureza como templo, o
céu como desenho emblemático, e as aves, animais e plantas como companhias que
Lhe pudessem dar e receber o que de mais sagrado tinha para ser entregue à
Terra: a Boa Nova do Reino. Aí começou a projeção poderosa do Verbo Divino que
se fez carne, andando com os homens, sem que estivesse na faixa deles. Reuniu
os discípulos e, na casa do pescador, abriu a primeira escola da mente, dando
ensejo àqueles homens de educar seus pensamentos e projetá-los nas órbitas
individuais de cada ser que sofres-se dramas íntimos, que fosse castigado pelas
provações dolorosas, que chorasse e pedisse consolo. E essa escola vigora até hoje
na sua extensão infinita, ganhando terreno em todos os rumos do saber. O
Evangelho, nos dias que correm, valoriza-se cada vez mais, por ser a maior
esperança da humanidade, o conglomerado mais perfeito das leis de Deus.
Se quereis saber, o Evangelho é o céu na Terra. É
a porta pela qual poderemos entrar para o reino de Deus. Parece-nos que o
fanatismo empanou o brilho do Cristianismo no mundo, mas, na verdade vos
dizemos, que isso ficou somente nas aparências. O fanatismo religioso,
materialista ou científico, é um estágio de ascensão de que carece a própria
humanidade, no avanço para a verdade. Nada se perde, na preciosidade do tempo e
do espaço infinito. Tudo avança, por leis irremovíveis do Criador.
E agora é que os homens, ou pelo menos alguns
deles, estão compreendendo o tesouro que tem nas mãos, do qual depende a sua
felicidade: a projeção poderosa da mente, educada no serviço do amor - o céu no
coração e a luz de Deus na consciência.
Extraído do livro "Horizontes da Mente, João Nunes Maia / Ditado por: Miramez"
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