Acostumado às vibrações mais fortes no campo dos
sentidos físicos, somente quando a dor o visita é que ele começa a aspirar por
impressões mais elevadas, nas quais encontre lenitivo, anelando por conquistas
mais importantes.
Vivendo em luta constante contra os fatores
constringentes do estágio em que se demora, vez por outra experimenta paz, que
passa a querer em forma duradoura.
No começo, são as dores com intervalos de
bem-estar que o assinalam, até conseguir a tranqüilidade com breves presenças
do sofrimento, culminando com a plenitude sem aflição.
De degrau em degrau ascende, caindo para
levantar-se, atraído pelo sublime tropismo do Amor.
Conseguir o estágio mais alto, significa-lhe
triunfar.
*
Aturdido e inseguro, descobre uma conspiração
quase geral contra o seu fatalismo. São as suas heranças passadas que agora
ressurgem, procurando retê-lo na área estreita do imediatismo, em nível
inferior de consciência, onde apenas se nutre, dorme e se reproduz, com
indiferença pelas emoções do belo, do nobre, do sadio.
Anestesiado pelas necessidades vegetativas, busca
apenas o gozo, que termina por causar-lhe saturação, passando a um estado de
tédio que antecipa a necessidade premente de outros valores.
Lentamente desperta para realidades que antes não
o sensibilizavam e, de repente, passam a significar-lhe meta a conseguir,
sentindo-se estimulado a abandonar a inoperância.
O psiquismo divino, nele latente, responde ao
apelo das forças superiores e desatrela-se do cárcere celular, qual antena que
capta a emissão de mensagens alcançadas somente nas ondas em que sintoniza.
O primeiro desafio, o de penetrar emoções novas,
o atrai, impelindo-o a tentames cada vez mais complexos, portanto, mais
audaciosos.
Experimentando este prazer ético e estético,
diferente da brutalidade do primarismo, acostuma-se com ele e esforça-se para
novos cometimentos que, a partir de então, já não cessam, desde que, encerrado
um ciclo, qual espiral infinita, outro prazer se abre atraente, parecendo-lhe
cada vez mais fácil.
*
Tudo na vida são desafios às resistências.
A “lei de entropia” degrada a energia que tende à
consumpção, para manter o equilíbrio térmico de todas as coisas.
O envelhecimento e a morte são fenômenos
inevitáveis no cosmo biológico e no universo.
Os batimentos cardíacos são desafios à
resistência do músculo que os experimenta; os peristálticos são teste constante
para as fibras que os sofrem; a circulação do sangue é quesito essencial para a
irrigação das células; a respiração constitui fator básico, sem o qual a vida
perece. Tudo isso e muito mais, na área dos automatismos fisiológicos, a
interferir nos de natureza psicológica.
É natural que o mesmo suceda no campo moral do
ser, que nunca retrocede e não deve estacionar sob pretexto algum.
No progresso, a evolução é inevitável.
A felicidade é o ponto final.
*
Não cabe ao homem retroceder na luta, senão para
reabastecer-se de forças e prosseguir nos embates.
O crescimento de qualquer ideal é resultado dos
estágios inferiores vencidos, das etapas superadas, dos desafios enfrentados.
A sequóia culmina a altura e o volume máximos,
célula a célula.
O universo se renova e prossegue, molécula a
molécula.
Facilidade é perda de estímulo com prejuízo para
a ação.
Toda a vida do Mestre foi um suceder incessante
de desafios.
Embates no Seu meio social e familial
constituíram-lhe os primeiros impedimentos, que foram ultrapassados, em razão
da superior finalidade para a qual viera.
Ele não aceitou carregar o fardo do mundo em
caráter de redenção dos outros, mas ensinou a cada um a conduzir o seu próprio
compromisso em paz de consciência; não assumiu as tarefas alheias, nem deixou
de demonstrar como fazê-las; no entanto, altaneiro, sem presunção, tampouco sem
submissão covarde.
Os desafios da sociedade injusta e arbitrária
chegaram-Lhe provocadores, mediante situações, pessoas e circunstâncias; apesar
disso, sem deter-se, Ele continuou íntegro, enfrentando-os sem ira ou medo.
Passou aquele tempo; todavia, permanecem os
resíduos doentios.
Alterou-se a paisagem, não os valores, que
prosseguem relativamente os mesmos, gerando obstáculos e insatisfações.
Enfrenta os desafios da tua vida, serenamente.
Não aguardes comodidades que não mereces. Realiza
a tua marcha, indômito, preservando os teus valores íntimos e aumentando-os na
ação diária.
Quem teme a escuridão, perde-se na noite.
Sê tu aquele que acende a lâmpada e clareia as
sombras.
Desafiado, Jesus venceu. Segue-O e nunca te
detenhas ante os desafios para o teu crescimento espiritual.
Texto extraído do livro JESUS E ATUALIDADE, do Espírito Joanna de Ângelis pelo médium Divaldo Franco
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